quarta-feira, 28 de março de 2012

Tá na Mídia


O medo do goleiro diante do pênalti

Marina Ramalho, Ciência Hoje on-line, 18/06/02

Ângulo dos ombros e da perna de apoio do batedor permitiria prever direção do chute
Em fase eliminatória de Copa do Mundo, quando o futuro de uma seleção pode ser decidido nos pênaltis, os técnicos deveriam ficar atentos para um estudo desenvolvido na Universidade de Greenwich (Inglaterra): cientistas descobriram que o goleiro pode prever a direção da bola na cobrança de pênalti se observar o ângulo dos ombros e da perna de apoio do batedor em relação ao chão. Os pesquisadores acreditam ser possível treinar goleiros para reconhecer esses indicativos e melhorar seu desempenho.
Quando um pênalti é cobrado, goleiros costumam observar a posição do corpo e a direção dos olhos do jogador para tentar adivinhar o lado em que a bola será lançada. Essas pistas, porém, podem ser disfarçadas pelo atleta e confundir o goleiro. O objetivo dos pesquisadores Al-Amin Kassam e Mark Goss-Sampson, especialistas em análise do movimento, era descobrir se a posição de alguma parte do corpo do batedor de pênalti estava relacionada à direção do chute.
Para isso, uma filmadora foi colocada atrás de um gol vazio, na altura dos olhos de um goleiro de estatura média e com a lente ajustada para simular a visão desse jogador. A câmera filmou 46 cobranças de pênaltis de um atleta do time inglês West Ham. O filme foi transferido para o computador e submetido a um software de análise de movimento. O programa mediu os ângulos da perna de apoio, do ombro, da bacia, dos pés e do tronco do jogador, durante sua corrida e imediatamente antes do chute.
A análise estatística permitiu concluir que apenas os ângulos do ombro e da perna de apoio em relação ao chão estão associados à direção do chute (ver figura). Essas medidas, no entanto, só permitem prever se a bola será lançada no centro, no lado direito ou esquerdo do gol.




"Nenhuma correlação foi observada entre os ângulos do corpo e a altura atingida pela bola", disse Goss-Sampson à CH On-line.
O estudo constatou que a bola atinge o centro do gol quando o ângulo médio da perna de apoio do atleta em relação ao chão é de 56,5º graus e o ângulo médio dos ombros é de 4,9º graus. Se o ângulo da perna aumentar para 65,5º e o ângulo dos ombros continuar em torno de 5º, a bola atingirá o lado direito da rede. Quando a bola vai na direção contrária, é o ângulo do ombro que varia (chega a 9,6º). Nesse caso o ângulo da perna fica em torno de 56,6º.
Dez goleiros assistiram ao filme analisado pelos pesquisadores. Os atletas tentaram adivinhar a direção da bola em cada um dos 46 chutes. O teste foi repetido depois que os cientistas instruíram os goleiros sobre os ângulos dos ombros e da perna de apoio do cobrador. A média de acertos aumentou em 9%. "Se um goleiro praticar intensivamente o reconhecimento dessas dicas, sua reação a essas pistas se tornará automática", acredita Al-Amin.
No entanto, resta a dúvida: será que o olho humano é capaz de detectar uma variação de ângulos tão pequena? De qualquer forma, fica o conselho dado por Al-Amin aos cobradores de pênaltis: "chutem a bola o mais rápido e forte possível, já que os goleiros terão menos tempo para analisar as dicas visuais".
* O medo do goleiro diante do pênalti é o título de um filme de 1971 do cineasta alemão Wim Wenders



Melancias quadradas?
Sim, invenção dos japoneses
FSP 16 de junho, 2001 Por Thom Patterson
ZENTSUJI, Japão -- A Mãe Natureza deve estar de cabelos em pé com a última invenção dos japoneses: melancias quadradas.
Isso mesmo. Agricultores da localidade japonesa de Zentsuji encontraram uma maneira de cultivar melancias quadradas. E dizem que não é um capricho, pois a técnica tem suas aplicações práticas.

 
 "A razão pela qual inventam esse tipo de alternativa no Japão é a falta de espaço", disse Samantha Winters, da Junta Nacional de Promoção de Melancia nos Estados Unidos
Uma melancia grande e redonda pode ocupar muito espaço em um refrigerador e nem sempre fica parada nas prateleiras.
Por isso, os agricultores japoneses resolveram o problema forçando as melancias a crescer quadradas. Quando as frutas estão em fase de crescimento, ainda plantadas, os agricultores as colocam em formas quadradas de vidro.
Essas formas têm as dimensões exatas dos refrigeradores japoneses e se encaixam perfeitamente entre as prateleiras, impedindo que as melancias saiam "dançando".
Mas, a fruta cúbica tem seus inconvenientes: cada melancia quadrada custa cerca de 10.000 ienes, o equivalente a 82 dólares.
Por isso, Winters disse que não sabia se existiria mercado nos Estados Unidos para melancias de 82 dólares cada.
"É um preço salgado para uma melancia", comentou. "Talvez sirvam para dar de presente; quer dizer, mais um produto no mercado das frutas para presente".
Mas Winters não descarta a possibilidade de os norte-americanos se interessarem pela idéia de melancias mais adaptadas aos refrigeradores, uma vez que o setor produtor da fruta já teria recebido sugestões de que o tamanho é importante.
"Nossos fruticultores cultivam melancias redondas sem semente de vários tamanhos", disse Winters. "E essa é uma das razões pelas quais cultivamos melancias menores: para que entrem no refrigerador".
Winters lembrou que é bem comum nos supermercados norte-americanos a venda de melancias já cortadas em pedaços, outra possível solução para a crise das melancias de tamanho grande.